terça-feira, 23 de outubro de 2007

a todos...a voces...aos fieis!!......


Deixarei de existir durante uns tempos....voltarei talvez um dia....quando voltar bater-vos-ei à porta!!!!
Deixo-vos com as reticências da minha vida que por vezes somos obrigados a deixa-las perdurar um pouco nela...por vezes são a única solução.
já sabem: fiquem sempre bem....sorriam para a vida!!!

(...)

sábado, 13 de outubro de 2007

Fusão dos corpos...

Segundo a mitologia grega, a humanidade era constituída pelos Andros (de entidade masculina composta por oito membros e duas cabeças), pelos Gynos (de entidade feminina de características semelhantes aos andros) e pelos androgynos (compostos por metade masculina, metade feminina). Eles exprimiam a totalidade, o poder, o ser absoluto. Com o decorrer do tempo, estes conseguiram superar os deuses em várias artes. Os deuses, com inveja, revoltaram-se. Então, como castigo, Zeus separou-os com os seus raios. Cada um foi cortado em duas partes, passando a sentirem-se mais fracos e incompletos. Estes seres mutilados passaram a procurar em toda a parte a sua cara-metade, a sua alma gémea.

Sempre que se encontram, ainda hoje, a atracção é tão forte, que os corpos desejam restaurar a antiga perfeição, entrelaçando-se e tentando fundirem-se. No entanto esta fusão é sempre momentânea e condenada a desaparecer, para que a identidade sobreviva e cada um possa continuar como um ser individual.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Felicidade...o que nos diz Aristóteles...


Felicidade é ter algo o que fazer, ter algo que amar e algo que esperar...

Aristóteles

A felicidade é o fim completo da vida humana, o único fim que não visa promover um outro fim. A felicidade é um fim em si mesmo que consiste numa acção virtuosa. Não é um estado, mas sim uma actividade, a mais auto-suficiente de todas.


Aristóteles acreditava em três patamares para se ser feliz: o 1º: uma vida de prazeres e satisfações; 2º - uma vida como cidadão livre, responsável, que procura o fazer o bem; 3º - procura da verdade. Neste último patamar ele aponta para uma vida como pesquisador e filósofo. Para tal é necessário tempo livre. Ninguém pode estudar sem momentos de ócio. Quem dedica todo o seu tempo à conquista da sua sobrevivência ou à procura gananciosa de mais riqueza dispõe de pouco tempo livre.

A característica fundamental da moral aristotélica é o racionalismo, visto ser a virtude acção consciente segundo a razão, que exige o conhecimento absoluto, metafísico, da natureza e do universo, natureza segundo a qual e na qual o homem deve operar.

Uma doutrina aristotélica a respeito da virtude, embora se apresente especulativamente assaz discutível, é aquela pela qual esta é precisamente concebida como um justo meio entre dois extremos (não devemos ser nem covardes, nem audaciosos, mas corajosos, nem ser avarentos, nem extravagantes, mas generosos). Este justo meio, na acção de um homem, não é abstracto, igual para todos e sempre; mas concreto, relativo a cada qual, e variável conforme as circunstâncias, as diversas paixões predominantes dos vários indivíduos. Portanto, para ele não implica que, apesar da virtude ser um hábito, todos nós não façamos desvios na nossa trajectória de vida por deliberação e decisão, desde que não caiamos nos extremos, ficando retidos neles, agarrados a um vício. Deve-se retomar o meio dos dois extremos, fazendo o caminho a caminhar. Se a virtude é, fundamentalmente, uma actividade segundo a razão, mais precisamente é ela um hábito segundo a razão, um costume moral, uma disposição constante, da vontade, isto é, a virtude não é inata, como não é inata a ciência; mas adquiri-se mediante a acção, a prática, o exercício.

Ora, esforçar-se e trabalhar com vistas na recreação parece coisa tola e absolutamente infantil. (...) A relaxação, por conseguinte, não é um fim, pois nós a cultivamos com vistas na actividade.

Aristóteles


O conceito de felicidade para Aristóteles é inverso a uma vontade de parar. O cansaço, talvez causado por uma falta de propósitos, assola a muitos. Não imaginam o que sempre me abalou quando os jornalistas perguntam às pessoas o que fariam se ganhassem o euromilhões. A resposta corrente é transversal a uma maioria: passa sempre pela vontade de parar. Para Aristóteles felicidade é agir. Constantemente. E agir bem, graciosamente, na justa medida: no tempo correcto, na intensidade correcta, na direcção correcta. Mas esta busca pelo bem Aristotélico não tem nada em comum com o conceito de bem cristão: Não está ligado à bondade e à resignação. Mas é sim um bem viver, ligado à excelência (bem fazer). E também não é uma idealização retórica ou utópica, separada de nossa vida prática. É algo que podemos efectivamente alcançar em nosso agir, tornando-nos mais felizes em cada mínimo acto.
(o supracitado é o corolário do que aprendi nas aulas de ética, de trechos da net e de alguns pareceres meus. )

És feliz? Eu?

O primeiro patamar alcancei-o como uma necessidade básica humana. O segundo patamar consegui atingir assim que fui enfermeira, que tanto me realiza. No entanto, como devem ter reparado sempre considerei-me estranha, no sentido de não me conhecer. Hoje penso que nunca me deverei conhecer. Nem o quero. Porque esta procura da minha verdade deixa-me mais feliz do que se já achasse que me conhecia. Achar, sublinho. Tentar contemplar, em frustres momentos, a consciência anónima traz-me confusão, mas deixa-me no último patamar defendido pelo autor. Procurar na fundamentação tão reiterada pelos outros tento encontrar a minha verdade. Não só contemplação. Encontrar o mundo quero faze-lo a caminhar e a procurar nas páginas as respostas. (O curso de filosofia abrir-me-á janelas. As portas quero-as fechadas.)