sábado, 9 de fevereiro de 2008

....sem eu a largar...

Fonte: net (d'aires)

No embalo da morte senti o que prevejo em ti. A azia, que o pensamento me deixou, deixou-me azeda em espírito. Carácter a se encarcerar, para encontrar o pacifico no futuro que agora vejo. Nos teus ombros, choro o que prevejo e não desejo. O teu calar deixa-me o julgar dum teu sufoco, talvez até nem sentido. Sim, se calhar nem sentido. Fica junto de mim, com a mão erguida. Deixa-me sustê-la firmemente na minha, mesmo quando não posso, porque o meu tempo não pode fazer perecer… o poder fazer. Neste bambolear que sinto na vida sequiosa de ser esquizofrénica sinto que o dever me persegue, foge, entre as sombras que o céu me vai deixando, para o juízo final - cenário por mim congeminado e por vós sussurrado, para a preparação da alma, dizem-me vós. Mas digo-vos (sim, a vós!) a preparação nunca vem, mesmo depois do inegável, do inevitável se tornar um letargo, terrificante assombro para perdurar e passar a fazer parte de um novo registo no nosso trilho. A preparação não veio, não vem e não virá. Nunca virá. Apenas a lembrança do treino da preparação ficará. Apenas a lembrança do teu eu contido, retido, absorvido, sugado pela despersonificante doença. Não és doença, deixa-me que te diga. Eu sei. Não obstante, ela levou uma parcela de ti, mas o todo da parcela fica em ti e em mim.
Um brinde a ti, meu doce pai...que fiques, de mão na minha, sem eu a largar.