domingo, 13 de maio de 2007

Rascunhos no café Nicola



Com gotas de café
Nas papilas.
Lembro-me que me sopraste a fé,
Dos meus resquícios.
Sobrou-me apenas o sabor dos vícios,
Nos meus interstícios.

Andas descalço
Em cima de mim sem sentido
E eu sinto o estômago a gelar.
No teu encalço
Deixei há muito o sentido
Cair e se estatelar.

Já no termo
Encontras apenas
O meu ser ermo
Sem eira
Nem beira.

Com gotas de café
Nas papilas.
Vejo-me enclausurada em cerradas esferas
Onde cogito para os meus rascunhos
Em tempos de boas esperas.

Auguras
As minhas beiças caídas
Nutras saídas.
Perfuras
Minha ternura
Que permiti cair em desventura.