domingo, 27 de maio de 2007

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Hoje em que nada há para dizer.
Hoje em que nada há para sentir.
Hoje em que nada me apetece fazer.

Oca.

Vazia.

Apática.
Letárgica

Estranha.

sem nada de novo a dizer.
deixo-vos entretidos com alguns comentários meus às publicações de blogs dos meus amigos.


(No blog: www.hojelembrei-me.blogspot.com)

sobre liberdade!


A compreensão é nos trazida pela identificação, muitas vezes. Quase todas as vezes - acreditem, se virem mais além! poucos são nutridos de empatia. compreendemos quando olhamos para nós.
Tal aconteceu-me ao ler mais um rasgo dos teus desabafos.
A rotina - significação de demandas sempre reiteradas que nos impõem e que permitimos que o façam, retira a nossa identificação. deixamos de perceber quem somos num mundo que dita quem deveremos ser. seres traduzidos em acções e bens expostos aos olhares. acabamos por ser quase só o que fazemos e o que temos; e pouco mais sobra de nós. e nós assistimos sem ver, de olhos bem vendados e cerrados para a nossa triste atomização.
Estes teus desabafos, imprimidos em letras, palavras, são não mais do que sopros do ser que fazes por sobrar de ti!, nem que seja o sonho dos teus seres que permites que coexistam em ti. Estes não são uma terapia de solidão; poderão ser de isolamento. podes estar longe de todos. mas nunca estarás só. o mundo está repleto de seres sós - todos aqueles que não se ouvem e não se vêem. Tu ainda existes!, porque parafraseando-te "tens um mundo dentro de ti".
As gentes regidas por uma normalidade castradora, escolhida por uma maioria, saca da liberdade e da diferença que nos distingue de seres domesticados. Urra!, à diferença!! Mas os diferentes indubitavelmente sentir-se-ão despejados num claustro sem janelas. mas amigo!, leva uma vela contigo, um papel e uma caneta!



sintomatologia da liberdade.


Os utopistas criaram o mundo. (E não Deus!) É uma verdade da humanidade, mas uma mentira para os condenados à renúncia da liberdade.
Nos primórdios os utopistas deixaram, na prateleira mais próxima do céu, um manual para os seus discípulos. O manual seria um legado para os homens que se entregassem a si. Manual da liberdade, ainda se lê. Mas este foi queimado desde há muito - desde que surgiu a civilização. Restam umas páginas, pouco legíveis, mas só inteligíveis para os que se elevam até aos céus.

Das páginas que lemos (eu e tu, meu companheiro de denúncia às renúncias dos que se encontram confortáveis sentados à espera da liberdade), sublinhámos trechos para plagiar e divulgar aos outros companheiros. Ainda me lembro: e, aqui deixo nota do que lemos, para ti, que te queres juntar a nós.

Só somos livres quando nos deixamos flutuar entre estados inebriantes, que nos afundam na loucura. Há uma linha muito ténue entre loucura e liberdade e a fórmula para a felicidade é andar sempre com a borracha na algibeira.

Temos que partir para bem longe do servilismo da tirania moral colectiva, da consciência colectiva que nos atrela aos seus pés. Temos que partir para bem longe para não nos condenarem a sermos um não-ser. Sempre muito lutámos pela liberdade das massas, mas nunca abolimos a prisão que há em cada um de nós.

Temos que deixar de ir para bem longe e deixarmo-nos dormir. Livres são os que ao sonho se entregam e deixam acordar o que de si os outros não deixam conhecer. Quando muito se entrega, de forma exclusiva, ao pensamento, sem deixar uma réstia para o sonho, estica-se, intuitivamente, os membros superiores, não para os outros lhe colocarem as algemas mas, para ele próprio se algemar. Fugir dos sonhos é nos entregarmos aos julgares dos outros.
Ser-se livre é fugir dos outros. E, sonhar!! E amigo!, como diagnosticar a sintomatologia da liberdade: depois de te dares a permissão de sonhar, dá-te a permissão de te rires do que sonhaste!