quinta-feira, 4 de setembro de 2008

...Nas àguas do Verso...



Nas Águas do Verso

ANTOLOGIA

Se me queres encontrar podes ir às Àguas do Verso...entre 100 autores encontras-me...
Espero que tenham apreciado o encontro comigo...

Encontram-me escondida entre palavras que ecoam " só mas nunca será só".

Foi um prazer ter participado!
Espero que apreciem a leitura

quinta-feira, 10 de julho de 2008

olho sobre o vazio do meu olhar...


olho sobre o vazio...
do meu olhar....
no recreio dos meus pensamentos...
vejo neles o quente do teu corpo descoberto pelo meu olhar...
dancei a melodia dos nossos corpos entre lençóis...
adivinhas-me o prazer ainda antes de te ter...
é esta a ternura de te ter...
é ter-te sempre aqui...

em mim...
prevendo no meu olhar o que desejo de ti!


sábado, 21 de junho de 2008

longe da sanidade....perto do fim!


quase deixo sentir a brisa a roçar-me no rosto...

quase deixo passear a lágrima pelo rosto e baloiçar no canto do queixo...

quase deixo sentir a ternura da loucura...

quase deixo tomar por certo o passado não gozado...

quase deixo pairar as palavras que me esvoaçam...

quase deixo sair o que nunca me entrou...

a sanidade...


Longe da sanidade

Próxima do fim

sábado, 14 de junho de 2008

Dança....Mu...Dança....


Façamos da interrupção um caminho novo.
da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte,

da procura um encontro!

F. Sabino


MUDANÇA... MU...DANÇA ...MUDA! Na dança da mudança só não se alcança quem no ritmo da mudança não se lança Muda o mundo e todo mundo muda quem não muda fica mudo para o mundo O sujeito que rejeita as mudanças E sempre diz não às variâncias nem se sujeita a perceber que já está mudando de mundo sem querer A mudança muda e muda sem se fazer notar e Vai continuar a mudar E de tão silenciosa fica muda E muda não responde aos gritos de socorro Dos que não querem mudar!

Guilherme Santos



domingo, 16 de março de 2008



Enquanto a cor da
pele
for mais importante que o brilho dos olhos
haverá guerra.
Bob Marley

segunda-feira, 10 de março de 2008

Memórias de uma velha maluca (continuação...numa retrospectiva)

3. Os silêncios

Isabel casara-se com Mário por ser mais um capricho seu: prometera à irmã, que lhe roubaria o seu namorado após um arrufo qualquer, que nunca soube ao certo as suas circunstâncias e justificativas. Isabel era alta, atraente, com olhos azuis cristalinos, com nariz delgado, com uma brancura que contrastava quando embrulhada no corpo moreno de Mário.

Isabel conheceu-o quando este ia buscar Helena a casa. Pontual, tocava à campainha sempre às 17 horas. Ela passou a adornar-se demoradamente, aperaltando-se ao espelho, dando os últimos retoques na maquilhagem que realçava o azul dos seus olhos. Ela dizia à irmã: não te preocupes! Vai-te despachando, que eu vou abrir-lhe a porta. Está descansada! Transpunham os dois a porta que dava para a sala. Silenciosos. Nos primeiros dias não tinham tema de conversa. O silêncio era perturbador, constrangedor. Ele só olhava para o relógio de pulso. Um gesto trivial pode remeter emoções fortes e trazer à mente de uma mulher várias indagações, reveladoras da sua ambivalência emotiva: será que está farto de mim? Será que sou um tédio de pessoa? Será que está a desejar que Helena nunca mais desça, para estar na minha presença? Depois a Helena aparecia e saíam, sem sequer se despedirem dela. E ali ficava ela, à janela, a vê-los a desaparecer de mãos dadas, para a mata que havia em frente da casa.

Sabia que ambos viriam envolvidos numa cumplicidade, com os rostos figurados de cansaço, mergulhados no silêncio, o que fazia despertar a imaginação de Isabel. O silêncio entre ambos, pensava ela, assumia uma significação totalmente diferente entre ela e Mário. O silêncio entre eles era o som do amor; representava o celebrar a memória de todos os sentidos comprazidos. Quanta inveja sentia! A inveja confundia-a com paixão. Por vezes, há uma linha ténue entre os sentimentos mais possantes quando as pessoas não se conhecem, porque o auto-conhecimento e sua aceitação assusta. Isabel, desenvolvera, nesses tempos, um silêncio, como demonstra do seu rancor engolido nas entranhas da sua maldade. Um silêncio para ouvir o eco do seu sofrer. Uma alma preenchida por raiva para com as gentes diferentes da sua ruim índole. Mas o seu caracter foi-se moldando, precisamente por ter optado por uma vida que fora injuriada pela diferença.

Naqueles tempos, Isabel nunca esteve apaixonada. Quem disser que, naqueles tempos, Isabel se apaixonou está de olhos vendados para o seu íntimo. Temos de saber amar-nos para saber amar o próximo. Pode-se julgar, ignorante e precipitadamente, que ela só se amava e a mais ninguém. Mas temos que nos inteirar mais além: ela não conseguia amar ninguém porque a sua alma era consumida por uma raiva que intumescia e acabava por sufocar todos os outros sentimentos. Ela não sabia, porque não conhecia a verdade do seu ser, mas a raiva que cuspia nas poucas palavras que proferia não eram dirigidas para sua irmã, mas para si mesma, por não ter conseguido arrebatar os ânimos daquele homem. Revelo-vos já, porque não consigo controlar a minha voz: Isabel, em eras mais avançadas, quando procurava a felicidade olhou para o seu âmago e quando deu por si estava apaixonada. Apaixonada!, mas não por Mário.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

....sem eu a largar...

Fonte: net (d'aires)

No embalo da morte senti o que prevejo em ti. A azia, que o pensamento me deixou, deixou-me azeda em espírito. Carácter a se encarcerar, para encontrar o pacifico no futuro que agora vejo. Nos teus ombros, choro o que prevejo e não desejo. O teu calar deixa-me o julgar dum teu sufoco, talvez até nem sentido. Sim, se calhar nem sentido. Fica junto de mim, com a mão erguida. Deixa-me sustê-la firmemente na minha, mesmo quando não posso, porque o meu tempo não pode fazer perecer… o poder fazer. Neste bambolear que sinto na vida sequiosa de ser esquizofrénica sinto que o dever me persegue, foge, entre as sombras que o céu me vai deixando, para o juízo final - cenário por mim congeminado e por vós sussurrado, para a preparação da alma, dizem-me vós. Mas digo-vos (sim, a vós!) a preparação nunca vem, mesmo depois do inegável, do inevitável se tornar um letargo, terrificante assombro para perdurar e passar a fazer parte de um novo registo no nosso trilho. A preparação não veio, não vem e não virá. Nunca virá. Apenas a lembrança do treino da preparação ficará. Apenas a lembrança do teu eu contido, retido, absorvido, sugado pela despersonificante doença. Não és doença, deixa-me que te diga. Eu sei. Não obstante, ela levou uma parcela de ti, mas o todo da parcela fica em ti e em mim.
Um brinde a ti, meu doce pai...que fiques, de mão na minha, sem eu a largar.

sábado, 26 de janeiro de 2008

...entalada pelo tempo...empurrada pela obrigação


entalada pelo tempo
empurrada pela obrigação.
as letras têm-me feito companhia aos ouvidos e à retina, com e sem sentido para o saber, para o aplicar numa realidade praxeológica a ocupar as horas de dia.
entre as páginas a ler e reter sentidos, vejo-me aqui para um ali, não sei aonde. tanto suor neuronal para um amanhã cioso de ser concretizado e remunerado, mas quase certo que será um presente depois de amanhã. um futuro igual ao dia de hoje, pois nos dias de hoje a dedicação ao saber é um garante para nos fecharem no cofre para ninguém ouvir a voz da sabedoria, para não acordar os direitos (que se encontram na chacinia das suas mãos) e eles darem mais do que migalhas.

Nota
aqui vos deixo um abraço amigo a todos os fieis do
caos. quero deixar em nota que o meu desaparecimento deve-se a uma obrigação que me impus para gerir tempos para conseguir trabalhar e estudar. voltarei. deixo-vos com o meu sorriso que me deixa as rugas que aprecio pelo seu significado (- vida vivida e acompanhada por sorrisos e emoções expressas na facies) e quero vos deixar com um sorriso....já sabem, o lema da vida: don't worry...be happy!!! smile!!