segunda-feira, 30 de julho de 2007

Neste desejo: Não te prevejo. Não me prevejo.


Estamos no bar. Estamos sentados nos bancos. Levanto-me. Não tenho saias. Não te mostro as minhas pernas. Olho para trás. Não vens. Entro na casa de banho. Não vens. Aguardo. Não vens. Antes de abrir a porta dá-me um estremeção no estômago quando imagino que possas estar do outro lado da porta. Abro-a. Não vieste. Saio da casa de banho, sem deixar rasto.



Estamos no bar. Estamos sentados nos bancos. Levanto-me. Não tenho saias. Não te mostro as minhas pernas. Olho para trás. Não vens. Entro na casa de banho. Não vens. Aguardo. Não vens. Antes de abrir a porta dá-me um estremeção no estômago quando imagino que possas estar do outro lado da porta. Abro-a. Estás a olhar para mim, com a cabeça de soslaio. Olhos fixos nos meus. Dá-me outro estremeção no estômago. Sinto as pernas a bambolearem-se. Tento não transparecer a minha excitação. Forças a porta da casa de banho e empurras-me para dentro. Levantas-me a blusa de modo violador. Não há perguntas. Não há permissões orais. As minhas calças já se encontram mais abaixo de onde se encontravam ainda há pouco. Ofereço o meu corpo ao teu. Colocas-me as mãos na parede. Ambas, friso. Fico de costas para ti. Empurras-me contra ti, pegando-me na cintura. Experimentas a sensação comigo assim. Depois a sanita tapada torna-se um banco para os nossos afazeres sexuais. Muito conveniente. Saímos os dois da casa de banho, não deixando rastos.



Estamos no bar. Estamos sentados nos bancos. Levanto-me. Não tenho saias. Não te mostro as minhas pernas. Olho para trás. Não vens. Entro na casa de banho. Não vens. Aguardo. Não vens. Antes de abrir a porta dá-me um estremeção no estômago quando imagino que possas estar do outro lado da porta. Abro-a. Estás a olhar para mim, com a cabeça de soslaio. Olhos fixos nos meus. Dá-me outro estremeção no estômago. Sinto as pernas a bambolearem-se. Tento não transparecer a minha excitação. Transponho a porta da casa de banho e dirijo-me para o lavatório comum aos homens e mulheres. Tu balbucias alguma coisa. Tento não escutar. Tento anestesiar-me. Tento algemar o desejo. Tento fugir sem sair dali. Tu pegas com veemência num pedaço do meu glúteo esquerdo. Agarro na tua mão. Olho-te nos olhos. Pára, suplico. Mas, tu sabes que quero que continues, mas não sei se sabes que eu não sei se deva desejar que continues. A dúvida lançada e tropeçada na mente ficou lá encalhada e de lá não sai. A dúvida prevalece e domina o dever sobre o querer. Empurro-te com força. Pára, torno a suplicar. Saímos os dois da casa de banho, não deixando rastos.