segunda-feira, 28 de maio de 2007

Estática, fujo para o vazio.

Montagem: pessoa nenhuma (reside em mim)
Deambulo descalça entre as areias deste antro em que depositaram os meus pés, sem andar próprio.
Olho e não vejo. Vejo e não olho. Vejo o vazio dentro de mim, quando não olho para o mundo. Olho o vazio e não vejo o mundo.
Olho em frente! Vejo só o corredor! Sem fim! Vejo o nada. Estranho.
Sinto-me uma transeunte perdida à procura de se perder, nesta estrada mal alcatroada que deixaram para me ver cair. Mantenho-me firme neste covil em que me colaram os pés.
Lanço o olhar, agora, para o horizonte. Vislumbro a finitude do longínquo, que nunca alcançarei. Uma estranheza entranha-me nas entranhas do meu recôndito ser.
Penso no futuro que não existe: há-de existir. Penso no passado que não existe: só existiu. E, o presente é tão exíguo, de tão pouco espaço de existência deixaram para ele - e, é dele que fujo. Fujo para o passado e para o futuro ... que não existem.

5 comentários:

Fallen19 disse...

A vida é feita de fugas. Se vivemos o presente fugimos à memória, se vivemos o passado fugimos à vida. Fugir do futuro? Como é possível fugir de um sítio onde não estamos?

Keep writing :)

Anónimo disse...

Isso de andar perdido, e tentar fugir. Se está perdida para onde foge? Fugir às cegas nunca deu bom resultado. Cuidado, Amiga, não te vás perder irremediavelmente.

Beijo

Mario Rodrigues

Estrela do Sul disse...

Isso de andar perdido, e tentar fugir. Se está perdida para onde foge? Fugir às cegas nunca deu bom resultado. Cuidado, Amiga, não te vás perder irremediavelmente.

Beijo

Mario Rodrigues

Anónimo disse...

Cuidado que ao andares descalça ainda apanhas pé de atleta. Qu' é uma coisa chata p'ró car#&%"o. Dá uma comichão do tipo prúrido no cú, mas nos pés.

Elsa Menoita disse...

Um beijo para ti, enraba.. não sabia que eras entendido na sensação de prurido...vemo-nos daqui a um mês...