escrevo sobre nós.
sempre fora uma compulsão escrever sobre o que não sei o que sinto enquanto
emoção.
quando não sei o que escrevo, parece que vislumbro a clareza da emoção
contida, até mascarada.
sempre fora uma compulsão escrever sobre o que sei que sinto enquanto
humidade quente, não liberta pelas glândulas sudoríparas.
só consigo escrever, quando deixo de tatear a coerência e sensatez e passo a
tatear o teu corpo e descubro a geografia do nosso corpo como um uno, mas
sempre divisível no fim do que nunca começou.
sempre deixei dançar o pensamento nas fantasias e reportei-as como o indizível
ao mundo, fazendo crer, não estando certa de querer ou não, que não sou eu que
as grito.
sentada, frente à chuva que não sobe, sobe o meu rejubilo de ter memória
mesmo do irreal. não lhe chamem sonho. é irreal, pois não se passou no plano
temporo- espacial que todos conhecemos (ou não!), mas sempre foi real para mim,
porque assim tanto o desejo.
escrevo sobre nós?
escrevo sobre o que não sei de mim, quando estou junto ao que acho que somos nós.
não escrevo sobre nós.
1 comentário:
Sua menina retada! kkkk
O texto é muito do porreta, aliás, só quem ama sabe a valiosidade das entrelinhas afloradas pela pena que escreve o que o coração dita, não há razão, há desejo... kkk
O Sibarita
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