quinta-feira, 18 de outubro de 2012

como poderás ver-me, se estou ali?

sou coberta pela vontade de te segredar...
ainda agora aqui estás, e já sou só saudade balofa, em alma anorética. já  nada mais resta de mim, contigo aqui, pensando o que será de mim sem ti.
apetece-me provocar-te e perguntar-te se queres um bólus de intumescimento de ego?
tenho saudades de ti, só de pensar do que será de mim quando dás um passo em frente, a caminho da porta. e atrás dela, só não te vejo, mas vejo o sopro, que sopra sempre, e tanto, para o amanhã, que nunca mais alcanço o seu vislumbre e o teu semblante.

o tempo desagrega-se em mim, sobre mim.
só amanhã te verei.
e nunca mais me chega o amanhã.
mas porque o quero? se hoje não cruzaste o teu olhar com o meu, amanhã nada mudará, e só intumescerá a solidão que há em mim, sabendo que nunca serás meu.
ai!, nunca serás meu!, -  repito-o, para a verdade ser parte de mim. nunca serás meu,  mesmo que sinta o teu beijo. o teu beijo só me é entregue, porque to ofereci. o teu beijo só repousou sobre os meus recetores e ressuscitou os meus sentires, porque eu estava ali.
parece que sinto o rasgar do desprezo lançado no teu olhar. mas porque não o deverias sentir? porque haverias de pensar em mim e ver a pessoa que sou quando estou ali?
como poderás ver-me, se estou ali?

2 comentários:

O Sibarita disse...

Oi moça! Que bom vc e seus porretas textos!

Mas, é do caos interno, do amor pulsante revestido de ego que saimos fortalecidos, né não? kkkk

Beleza pura!

Eita que essa pessoa nenhuma é retada mesmo! kkkkkkkkk

O Sibarita

O Profeta disse...

Se o mar adormecer em desvario
As ondas não mais se formarem
Se as gaivotas se perderem do ninho
As árvores mais altas tombarem

Se o dia não encontrar a manhã
As nuvens deixarem de chorar água pura
Se as pedras da ilha roubarem a cor ao verde
As tuas palavras deixarem de ser raiva dura


Boa semana


Doce beijo