Quero despir-me de mim. Cansa-me este sentir infetado.
Não vejo luz. Sinto tanto a cicatriz da lesão nunca nascida. Será puro suborno quando em sopro te exponho que a lesão não foi parida? Autoinfligida?
Porque me atrai, como polo aposto, a confusão, o complexo? Para ficar perto do impossível?, para me distanciar de uma ténue possibilidade da aproximação do diferente meio desconhecido?
Esta observância pela minha obsessão por pessoas intrincadas com a complexidade é o meu modo eterno de me afastar delas?, estando sempre em segurança, alheada da divisão, da dívida que viria se fosse um tanto de inverso.
Infeto a possibilidade de revezamento do meu caminho, assim que escolho quem escolhi. Armadilho as relações, para as nunca tornar relíquias, porque nunca existiram. Só em mim. Mas trazem-me angústias, porque parece querer com todas as minhas forças já armadas derrubar o presente para salvar o premente futuro.
Sinto tanto que perdi o que não tive. Que significação se poderá dar a este não saber estar neste meu único estar infetado?
Quero despir-me de mim. Cansa-me este sentir.
Quero despir-me de mim e viver-te?
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