Sempre na incerteza. Entre agora e o já agora. Entre agora e
um tanto de tempo que nunca mais se abeira. Sempre na incerteza.
Comunico contigo e nada me entendo.
Perdida fico, na periferia do vazio que resta entre as palavras não proferidas.
Perdida pela mensagem que nunca recebi.
Perdida pela mensagem que recebi, mas nada diz, simplesmente
um decreto de cordialidade.
Cordialidade é melhor do que minimidade, pensa ou penso que
pensa.
Anuência gentil, cavalheiresca emojizada é muito para quem o diz? Se assim for, não há muito a
dizer ou há travo no dizer? Há refreio no dizer para não fazer sofrer quem não
sabe, mas que no condicional sofre? Há amordaço no dizer para não fazer sofrer
quem lê a aquiescência?
Será:
a maioria do vazio, do vácuo (que não é o nada!) comunicado,
é, neste caso, sinónimo de nada para dizer?
umas quantas vezes
para não ter que deixar de ser verdadeiro e deixar de lado a complacência? outras tantas, para não ser infiel a quem existe mais no coração do que na vida
vivenciada?
Envio o que pensei que poderia ser conversa. Silêncio
recebido, nada reclamado entre sol que pisei assim que o ouvi.
Envio o que pensei que poderia ser conversa. Desta vez, foi
um sopro de conversa, mas tão fugidia que parece querer fugir. Quem foge quer
fugir? Ou, quem foge não sabe como ficar?
Respostas fugidias são sinónimas de fuga da pessoa com quem
se conversa?
Respostas fugidias são sinónimas de fuga da possibilidade de
traição platonizada? Consegue haver traição platonizada sem paixão platonizada
por essa pessoa? Confuso. Intranquilo.
Intranquila!
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