terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Intranquila!



Sempre na incerteza. Entre agora e o já agora. Entre agora e um tanto de tempo que nunca mais se abeira. Sempre na incerteza. 

Comunico contigo e nada me entendo.
Perdida fico, na periferia do vazio que resta entre as palavras não proferidas.
Perdida pela mensagem que nunca recebi.
Perdida pela mensagem que recebi, mas nada diz, simplesmente um decreto de cordialidade.
Cordialidade é melhor do que minimidade, pensa ou penso que pensa.
Anuência gentil, cavalheiresca emojizada é muito para quem o diz? Se assim for, não há muito a dizer ou há travo no dizer? Há refreio no dizer para não fazer sofrer quem não sabe, mas que no condicional sofre? Há amordaço no dizer para não fazer sofrer quem lê a aquiescência?

Será:
  a maioria do vazio, do vácuo (que não é o nada!) comunicado, é, neste caso, sinónimo de nada para dizer?
  umas quantas vezes para não ter que deixar de ser verdadeiro e deixar de lado a complacência? outras tantas, para não ser infiel a quem existe mais no coração do que na vida vivenciada?

Envio o que pensei que poderia ser conversa. Silêncio recebido, nada reclamado entre sol que pisei assim que o ouvi.
Envio o que pensei que poderia ser conversa. Desta vez, foi um sopro de conversa, mas tão fugidia que parece querer fugir. Quem foge quer fugir? Ou, quem foge não sabe como ficar?

Respostas fugidias são sinónimas de fuga da pessoa com quem se conversa?

Respostas fugidias são sinónimas de fuga da possibilidade de traição platonizada? Consegue haver traição platonizada sem paixão platonizada por essa pessoa? Confuso. Intranquilo. 

Intranquila!


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